A propósito da próxima greve do Metro de Lisboa, marcada para 31 de outubro...
Também sei que as greves, particularmente dos transportes e dos serviços de saúde, têm outro peso, que, essas sim, podem fazer a diferença, podem chegar onde outras não chegam.
Mas já acho um abuso desse direito por parte das empresas de transportes públicos, com CP e Metro de Lisboa à cabeça. Já frisa a falta de respeito pela sociedade, grande parte dela dependente deste tipo de transporte para trabalhar ou estudar. Todos nestes últimos tempos temos sofrido cortes em tudo o que é sítio: é no salário, é na saúde, é no apoio escolar, é no subsídio, etc. E continuamos a acordar todos os dias de manhã, a ir trabalhar, a lamentarmo-nos.
Agora, caros senhores maquinistas e outros trabalhadores da CP, Metro do Porto e Lisboa, Carris e STCP, há que começar a olhar para outros sítios sem ser os vossos umbigos. Há pessoas prejudicadas com as vossas "gracinhas".
E falo por experiência própria: quando estive a estagiar em Lisboa, no espaço de três meses, apanhei duas greves do Metro e duas da CP, em quatro dias diferentes! Nos dias da greve do Metro, cheguei atrasada ao trabalho meia-hora, tendo saído outra meia-hora mais cedo de casa. No caso da CP, à sexta-feira, tive de vir de autocarro para Santa Maria da Feira, e Deus sabe o quanto odeio os autocarros!
Neste momento, não dependo dos transportes públicos. E enquanto jornalista, é um verdadeiro desafio fazer a cobertura de uma greve dos transportes. Mas tudo o que é demais enjoa. Torna-se um hábito. Um hábito sem importância. Será que não existe outro método de protesto sem prejudicar a sociedade civil?
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