A 'Copa das Copas' terminou com a finalíssima Alemanha - Argentina no domingo passado. E acho que este espaço merece umas considerações sobre este mês futebolisticamente intenso, de muitas horas passadas frente à televisão, de muitas séries perdidas à custa dos 90 + 30 minutos, de aventuras num hostel de Paris em pleno França - Alemanha.
E porque até percebo minimamente de futebol, cá vai o meu resumo do Mundial do Brasil em 10 pontos:
1. 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha. Literalmente. E, pela primeira vez da minha vida, torci pela Deutschland na final. Porque ver a Argentina ganhar no Brasil, ver o Messi erguer a Copa enquanto o nosso Ronaldo está de férias, não era viável. E porque a Alemanha joga muito. Já merecia.
2. Por falar em Messi: quando o jogo acabou pensava eu que já tinha visto de tudo neste Mundial, que mais nada me poderia surpreender. Enganei-me. A FIFA conseguiu, ao atribuir ao Messi a Bola de Ouro do Mundial. Mas aquilo é algum prémio de consolação e ninguém me avisou? Porque eu achava que era para premiar o melhor jogador do Mundial... Afinal não é?
3. Pornografia pura e dura em horário nobre: os 7-1 da Alemanha ao Brasil. Doeu até aqui, em terras lusas. Este Brasil não é o Brasil que me fez apaixonar por este desporto. Não, não estou a falar do Pelé nem do Garrincha, não sou desses tempos. Falo do Ronaldo, do Roberto Carlos, do Rivaldo, do Ronaldinho e por aí fora. 'Sucessão' é uma palavra que não vem no dicionário da Seleção Brasileira.
4. 3 cm. A medida que salvou a carreira de Neymar. Após carregar a equipa às costas, essas mesmas costas cederam e, por 3 abençoados centímetros, o Bad Boy brasileiro não dizia adeus ao futebol.
5. Confirmação de uma teoria: James Rodriguez e a Colômbia. Geniais, apaixonantes. Mereciam mais. Para mim, o melhor jogador do Mundial.
6. A surpresa: Costa Rica. Inglaterra, Itália, Grécia e por pouco também eliminavam a super-Holanda.
7. O génio: Van Gaal. Vai ficar para a eternidade aquela substituição de guarda-redes no último minuto do prolongamento. Mas lembrá-lo apenas por isso é ofender este senhor.
8. Desilusões europeias. Temeu-se o pior. Espanha, Itália, Inglaterra, Portugal. Caíram logo ali, na fase de grupos. E eu que apostei numa final Espanha-Brasil!
9. Desilusão nacional: ninguém esperava realmente que conseguíssemos ganhar à Alemanha. Mas o grupo era acessível, quase fácil na teoria. "Bastava" ganhar os outros 2 jogos. Mas se há momento em que a nossa Seleção mostrou todas as suas fragilidades, foi no Brasil. Algo tem de ser feito. Porque até podemos ter o Melhor do Mundo, mas o Melhor do Mundo não consegue defender golos, correr com a bola, desmarcar-se, fazer a assistência e marcar golos sozinho. É humanamente impossível. A equipa não pode ser só o Ronaldo. E tivemos a prova fria no Brasil.
10. A perspetiva: Rússia 2018. 4 anos é muito tempo no futebol. A única perspetiva que se pode ter é sobre a organização. E acredito que o monstro que é a Rússia vai fazer algo de genial. Acredito que o Brasil 2014 será sempre o Brasil 2014, mas tenho a certeza que a Rússia, tendo a pressão de fazer melhor do que o antecessor, vai dar show.
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