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11.9.14

"Mamã, e se este avião for contra as torres?"

Todos sabemos onde estávamos no 11 de Setembro. Todos sabemos o que fizemos nesse dia, o que estávamos a pensar, o que pensávamos fazer.
Eu tinha 12 anos, andava no 6º ano. Lembro-me de chegar a casa e ligar a televisão. De mudar de canal, e de mudar novamente. De pensar primeiro "dois canais a dar o mesmo filme?", até que percebi que algo estava a acontecer, algo muito grave, mas que não conseguia perceber. Terrorismo? World Trade Center? Atentado? Demasiadas palavras difíceis para uma criança de 12 anos.
Quando os meus pais chegaram do trabalho, lá me tentaram explicar o inexplicável. Dois aviões foram contra dois arranha-céus nos Estados-Unidos. Mas porquê? Porque alguém os desviou para lá, para causar esta catástrofe. Como? Para quê? Perguntas difíceis nesse dia.
Valeram aos meus pais a noite de sono e a escola no dia seguinte. Lá, a professora tentou explicar-nos da melhor forma que ela sabia o que tinha acontecido.

Há coisas que nos marcam. A minha irmã tinha 5 anos. Acredito que ela não tenha recordações desse dia, mas há algo que a marcou, inconscientemente. Até porque há uma frase que ela disse que vou recordar para sempre:
Estávamos nós a regressar a Portugal (não me lembro exatamente quando) de avião e a minha querida mana pergunta: "Mamã, e se este avião for contra as torres?". Ela tinha 5 anos. Com 12 anos, ela já sabia o que era o terrorismo, o que foi o 11 de Setembro, quem era o Bin Laden. Sabia o que era a Al Qaeda e quem eram os talibãs. O mundo mudou, não só para os americanos, ingleses, espanhóis, franceses, iraquianos, afegãos ou paquistaneses.

Mudou para todos nós.

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