Não consigo perceber os comentadores e jornalistas que afirmam que estas Autárquicas foram uma pesada derrota para o governo. Se calhar é devido à minha falta de cultura política (o que eu admito), mas esta é a minha visão dos factos:
O PS ganhou 136 câmaras e é o grande vencedor destas eleições. Até aqui, tudo bem, estamos em consonância.
O PSD perdeu câmaras importantes, o Porto em flagrante, e saiu pela porta das traseiras. Continuamos de acordo.
Agora, para mim, a diferença está no que eu entendo por autárquicas. Não vivo propriamente num pequeno concelho, Santa Maria da Feira já é conhecido nos quatro cantos do nosso Portugal, mas no mapa político, é apenas mais uma câmara (laranja, neste caso). E aqui como em mais de metade dos concelhos e freguesias, uma pessoa vota não no partido, mas na pessoa.
Sempre me considerei de esquerda, sempre me identifiquei com os valores do socialismo, porém, não consigo confiar no candidato pelo Partido Socialista da minha terra. Portanto, votei em branco para a câmara e até votei PSD para a junta de freguesia, porque acredito na capacidade desta lista.
Ontem aconteceu uma clara derrota do Partido Social-Democrata, porque acho que não souberam escolher os seus candidatos. Já era mais do que previsível a derrota de Seara, a de Menezes menos perceptível, idem para Moita Flores. Podem vir dizer-me que derrota do PSD e derrota do governo é a mesma coisa, eu diferencio, eu e o Paulo Portas (porque a ele dá-lhe mesmo jeito). Mas não me venham dizer que isto é motivo para o governo se demitir, porque não é. E só de pensar que o Seguro pode ser PM dá-me náuseas.
E o Partido Socialista ganhou, mas ganhou pouco. Sim, eu sei, ganhou a ANMP. Mas considero que os grandes vencedores foram a CDU e os Movimentos Independentes, com o Porto à cabeça, claro está!
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