Passei a primeira parte a roer as unhas, a segunda parte de pé. "Senta-te!", dizia a minha mãe, "não consigo", respondia eu.
Acreditei, acreditei que era possível, a jogar com dez, a jogar contra o Hulk, a jogar com Josué e Licá. Acreditei quando o Varela entrou (o mal-amado, o salvador da pátria), acreditei nos três pontos. Até ao minuto 86. Mesmo assim, durante os últimos 10 minutos acreditei no empate, mesmo quando o Jackson deixou de correr, mesmo quando o Lucho estava a morrer. Acreditei até ao apito final.
E deitei as mãos à cabeça. E vieram-me as lágrimas aos olhos.
Pela primeira vez esta época, vi o meu clube a jogar à bola. Foi preciso expulsar um para se unirem, para serem Equipa. Deu para acreditar que tudo era possível com esta equipa, meia remendada, meia por construir. Deu para acreditar na vitória, na passagem aos oitavos, deu para acreditar no "Venham lá Barças, Bayerns e Arsenais, nós aguentamos, nós conseguimos, com dez!". Deu para acreditar na final da Luz.
Não faço críticas às escolhas do Paulo Fonseca, apenas digo que o nosso treinador tem muito para crescer e para aprender. Apenas gostava que aprendesse sem errar tanto.
Porque dói.
Porque o adepto azul e branco não está habituado a sofrer tanto, porque o adepto azul e branco não está habituado a perder tão perto do fim.
(E de repente, senti o que muitos dos meus caros colegas vermelhos sentiram há poucos meses atrás, mas numa tragédia mais pequena para mim.)
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